Foto: Mateus Ferreira
A Operação Quarta Colônia Livre, conduzida pela Delegacia Regional da Polícia Civil de Santa Maria, foi finalizada nesta última semana após cerca de dois meses de intensas ações de campo. Ao todo, 62 pessoas foram indiciadas, sendo que 38 seguem presos, informou na tarde desta segunda-feira (20) o delegado regional, Sandro Meinerz,
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A mobilização, iniciada em agosto, teve como foco desarticular facções criminosas, tráfico de drogas e ramificações do crime organizado na região da Quarta Colônia. Em balanço divulgado nesta segunda-feira, Meinerz destacou que, além das 62 pessoas indiciados, dois adolescente foram apreendidos no decorrer da operação, que contou com a colaboração de mais de 300 policiais de diversas cidades do Rio Grande do Sul. A operação apreendeu judicialmente mais de R$ 1 milhão.
Os crimes listados são por corrupção de menores, organização criminosa, tráfico de drogas e obstrução da justiça. Na Quarta Colônia, as investidas aconteceram em pelo menos seis municípios: Faxinal do Soturno, Dona Francisca, Agudo, Nova Palma, Restinga Sêca e São João do Polêsine.
- Nossa intenção foi coibir e fazer com que a criminalidade diminuísse nas cidades da nossa região. Ao longo dos últimos meses, conseguimos fazer isso. Contamos com um apoio bem grande para agir nas cidades que tinham pessoas investigadas - disse Meinerz.

Em uma das fases, registrou-se a detenção de 50 suspeitos em diferentes municípios da região, todos identificados como integrantes ou colaboradores de organizações criminosas. Em ocorrências posteriores, novas apreensões reforçaram o impacto da operação, com ação em locais que até então eram considerados áreas de influência das facções.
- Ao longo destas prisões, detectamos que as ações aconteciam diretamente da cadeia para fora. Cada cidade tinha o seu líder, que dava ordens para pessoas de fora agirem- falou sobre como a organização agia - completou o delegado regional.
Vazamento de informações
Além das pessoas que foram presas pela Polícia Civil, um servidor da prefeitura Faxinal de Soturno foi indiciado, pois atuava também como advogado de um dos líderes da facção. Por meio dele, os traficantes sabiam quando haveria operação policial na cidade. Em uma das oportunidades, ele avisou da ação, fazendo com que houvesse tempo de tirar as drogas do local.
- Em uma das nossas ações, notei que houve uma apreensão de drogas muito baixa. A partir disso, começamos a investigar ainda mais e descobrimos que ele (servidor) atuava também avisando da operação. Ele acaba agindo na obstrução da justiça, mas isto não envolve, de forma alguma, a prefeitura da cidade, inclusive - informou Sandro Meinerz.
O delegado ressaltou que a prefeitura de Faxinal deverá decidir se tomará medidas contra o servidor.
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As equipes também realizaram busca e apreensão de veículos, armas, entorpecentes e valores em dinheiro, além da coleta de provas documentais que auxiliarão no andamento dos inquéritos. Com o encerramento da fase ostensiva, a Delegacia Regional permanece com parte das equipes em investigação para dar continuidade aos procedimentos envolvendo os presos, além de monitoramento das residências e locais utilizados como guarida pelas organizações.
- Algumas dessas pessoas já respondiam por outros crimes, então nossas ações foram exitosas, pois conseguimos parar, nós entendemos que é uma organização muito grande, muitos deles agiam diretamente da Penitenciária Estadual do Jacuí, em Charqueadas e as atividades criminosas aconteciam em conjunto com a facção bala na cara, de Porto Alegre - concluiu Meinerz.
O que diz
A reportagem entrou em contato com a prefeitura de Faxinal do Soturno, que afirmou que irá se manifestar sobre o caso até terça-feira (21).